sábado, 30 de janeiro de 2010

SINCRONICIDADE







Nada acontece por acaso, e Jung já dizia que tudo no universo está interligado por um tipo de vibração.
Para ele duas dimensões físicas e não físicas estão em algum tipo de sincronia que fazem certos eventos isolados parecerem repetidos em perspectivas diferentes.
A sincronicidade é definida como uma coincidência significativa entre eventos psíquicos e físicos.
Jung postula que tais coincidências apóiam-se em organizadores que geram por um lado imagens e eventos físicos em fato concretizado, sendo que, esta ligação não é causal.
Alguns podem pensar, dizer ou até repugnar tais situações em uma atitude de negação a sua própria capacidade humana sobrenatural inerente à psique.
Esses fenômenos sincrônicos manifestam-se com muita freqüência, e isso ocorre em níveis de menor consciência, ou melhor , quando um ser entra em estado alfa, como em sonhos, meditações ou devaneios, em momentos em que a idéia de tempo e espaço não reina, e para Jung a sincronicidade depende da presença da afetividade, ou seja, sensibilidade estimulada pelo emocional.
Porém Jung coloca a sincronicidade como algo abrangente do todo, algo que existe no inconsciente como conhecimento, que nos vem à consciência como sabedoria, através de pensamentos, intuições e insights.
Segundo ele esses pensamentos são como pássaros, que chegam e fazem seu ninho nas árvores da consciência por algum tempo e depois alçam novos vôos, são esquecidos e desaparecem.
É por isso que tenho sempre papel e caneta à mão, para não perder a beleza desses pássaros no tempo.
Para Jung no inconsciente não há segredo, ele sabe tudo que há no mundo, e  pode-se comparar esse conhecimento   ao “ Olho de Deus” , o Olho que tudo vê ou o Grande irmão, o que pensamos que é, é  o que somos, e  que pode ser acessado pelo mergulho na escuridão do inconsciente.
Ele relaciona a organização acasual no mundo, sem referência à psique humana, pois antes de nós  existirmos já existia uma organização gerada pela sincronicidade que é responsável por todos os atos da criação, onde o ser humano tem desempenhado papel especial  no universo.
Uma vez que o inconsciente é capaz de refletir o Cosmos e introduzi-lo no espelho da consciência através da realidade.
Podemos testemunhar o Criador e as obras criativas no interior, basta prestar atenção à imagem e à sincronicidade através dos arquétipos representantes psíquicos, expressos do pensamento, materialização do fluído que reflete a real estrutura básica do universo.

                                             “Como é em cima assim é embaixo.” 
                                             “Como dentro assim é fora.”

 Carl Jung  responde ao mundo moderno, no livro “ O mapa da Alma.” Dizendo:

“O padrão de Deus existe em cada homem, e que se esse padrão é a maior energia  transformadora de que a vida é capaz de dispor ao indivíduo. Encontre esse padrão em você mesmo e a vida será transformadora. C.G.Jung.
              
 Podemos concluir que a sincronicidade é a linguagem do Divino para Orientar nossa vida, sendo um caminho para que o ser humano escute a si mesmo através das intuições.
 Para passar pela transformação, que exige muita coragem para abandonar velhas estruturas construídas durante a vida e poder seguir os sinais que indicam o novo caminho.
Torna-se necessário largar  as muletas , sair da inércia, abandonar o concreto , e isso exige vontade, decisão e fé.
 Para deixar de chorar quando as coisas mudarem e fugirem de nossas mãos. Aceitando que a vida não nos pertence, ela é guiada por uma trama de fios complexos, que somente a ligação com o criador nos capacita a enxergar os sinais do caminho e  da ação correta, a ação aceita que se entrelaça amorosamente com os desígnios Divinos.
 Enfim nos submetermos e apenas vivermos cada momento intensamente, deixando de ser um ego controlador de tudo a todo custo, uma vez que  cedendo aos acontecimentos mudamos.

“Onde o espaço, o tempo e a causalidade é a tríade da Física Clássica complementada pela sincronicidade que se converte em Tétrade, um quartênio que nos possibilita o julgamento da totalidade ( CGJ VIII pag. 951)”
Os arquétipos constantes psicofísicos da Natureza (símbolos e imagens pensadas e sentidas )  são fatores estruturantes criativos da vida humana e de toda sua experiência.

                                 “Como um homem pensa em seu coração assim ele é.” Provérbios 23:7

 Portanto façamos o que é bom, pensemos no belo e sintamos o agradável, manifestando a presença divina no mundo, transformando nossa vida, nosso mundo e o mundo ao nosso redor, adquirindo muita coragem para suportar as dores, vencer os desafios e a solidão do deserto, enquanto passamos pela transformação necessária.
Então, podemos compreender que Ciência e Espiritualidade caminhando juntas possibilitam evolução?


Leila Uzzum

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