terça-feira, 11 de janeiro de 2011

DESPERTAR DA CRIANÇA


Sou uma privilegiada no deserto social

Enxergo  e não apenas vejo...
Posso contemplar 
Borboletas que dançam usando apenas asas,
Num multicolorido impar.
E nessa atmosfera do silencio descobri que  tive infância.
Percebi que as perdas esfriam o coração.
Mas elas não esfriaram o meu...
Não tive a possibilidade 
De fugir para a instância
Da cibernética virtual.
Por isso, penso que,
Faz-se necessário ensinar as crianças.
Urgentemente...
A desenvolver sua sensibilidade,
Com balanças brincar
Para verdadeiramente amar.
Levá-las longe da tecnologia 
Que assassina e cria loucos de pedra
Que com o passar do tempo de terapeutas irão precisar.
Devido intensa ansiedade que a insatisfação faz aguçar.
Saberão eles um dia mais tarde, responder:
__Onde está a beleza da vida?
Muitos não conhecem bosques,
Não andam descalços,
Não sobem em árvores,
Portanto não criam brincadeiras
Nem imaginam o que seja...
Pique – esconde,
Passa anel,
Pega-pega
Ou Mãe da Rua...
Estão fechados em uma redoma,
Desenvolvendo o egoísmo
E o consumismo.
Não se lambuzam com a natureza,
Por isso são tão impessoais.
Seu hálito é pura frieza...
Não conhecem a pedagogia da vida,
Algo superior a toda teoria.
Transformam-se em idosos,
Com grandes potenciais represados.
Uma eterna criança adormecida
Esperando para descobrir
Um sorriso.
E quem sabe, mesmo tarde.
Despertar para a vida.

Leila Uzzum


Montanha Mágica



E à passear por ai, 
Percebo que a natureza 
Manifesta sua beleza,
Nos montes, nas árvores, nos mares
Até na cidade.
E a curiosidade, 
Ou ansiedade, me fazem buscar a vida;
Escondida por trás do concreto.
Este que encobre  o belo.
Então ao chegar lá no alto, 
Perto do céu,
É só deleite.
Para quem sabe observar.
Assim  posso ver as águas,
Como cabelos soltos ao vento,
E  a face sedenta a ganhar um beijo  do céu,
E este imenso universo.
Está sustentado por paredões,
Feito braços,   mantidos pelo imaginário,
Que o  escondido faz revelar.
São tão belas  as  formas,
Que da  terra faz brotar uma belíssima paisagem.
No chão a se aninhar.
Esta é a montanha mágica,
Onde os olhos podem criar,
E a mente sonhar.

Leila Uzzum