Sou uma privilegiada no deserto social
Enxergo e não apenas vejo...
Posso contemplar
Borboletas que dançam usando apenas asas,
Num multicolorido impar.
E nessa atmosfera do silencio descobri que tive infância.
Percebi que as perdas esfriam o coração.
Mas elas não esfriaram o meu...
Não tive a possibilidade
De fugir para a instância
Da cibernética virtual.
Por isso, penso que,
Faz-se necessário ensinar as crianças.
Urgentemente...
A desenvolver sua sensibilidade,
Com balanças brincar
Para verdadeiramente amar.
Levá-las longe da tecnologia
Que assassina e cria loucos de pedra
Que com o passar do tempo de terapeutas irão precisar.
Devido intensa ansiedade que a insatisfação faz aguçar.
Saberão eles um dia mais tarde, responder:
__Onde está a beleza da vida?
Não andam descalços,
Não sobem em árvores,
Portanto não criam brincadeiras
Nem imaginam o que seja...
Pique – esconde,
Passa anel,
Pega-pega
Ou Mãe da Rua...
Estão fechados em uma redoma,
Desenvolvendo o egoísmo
E o consumismo.
Não se lambuzam com a natureza,
Por isso são tão impessoais.
Seu hálito é pura frieza...
Não conhecem a pedagogia da vida,
Algo superior a toda teoria.
Transformam-se em idosos,
Com grandes potenciais represados.
Uma eterna criança adormecida
Esperando para descobrir
Um sorriso.
E quem sabe, mesmo tarde.
Despertar para a vida.
Leila Uzzum
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