domingo, 28 de fevereiro de 2010

FUTURO TORNA-SE AGORA





A realidade frustra choca comove e movimenta a solidariedade.
Planta no coração a dúvida, desestabiliza as certezas
Arranca a auto-suficiência.
Mas muitas vezes torna a alma frígida,
Como escudo para o sentimento,
Que então isola o sentir,
Separa a emoção do coração,
Em muitos momentos
Tornando o olhar humano biônico,
E acelera a mente de quem precisa ser sobrevivente.
Pela lógica ou pelo bom senso.
Escolhe um caminho tênue
Sem arriscar-se ao novo
Numa resistência a dor,
Pois o coração não suporta mais  
Aflição nem grandes emoções.
Então é preferível a ciência
Que deixa certeza,
Não causa fraqueza,
Nem deixa o peito aberto
Para frustração ou decepção.
Já que a realidade perturba
E os fatos presentes o chocam
O que paralisa e conturba
Para quem se sente como presa
Das misérias do mundo vil.
É preciso dar o primeiro passo,
Sair da inércia
Agir e por as mãos na massa.
Para transformar, para inovar
Para fazer e acontecer
No aqui viver o agora
Sem deixar nada para depois
Pois o futuro logo chega
Torna-se presente
Para quem emprega forças
E constrói um novo futuro
Pois a felicidade
Não pertence somente ao amanhã
Senão seria ilusória
Como bolha de sabão.
Felicidade é viver o agora,
O que se tem de real,
Já que o futuro se torna presente no agora,
Onde podemos fazer o melhor acontecer.

Leila S Ribeiro Uzum

O MUNDO E SUAS TRANSFORMAÇÕES



O mundo em constantes transformações, que atualmente se dão alucinadamente, e tornam-se visíveis até mesmo sexualmente, onde novos seres se diversificam por suas escolhas surgindo como andrógenos  do mundo contemporâneo.
Causam a impressão de que estamos dentro de um buraco negro. Onde vejo surgir a atrocidade da violência e agressividade explicitas no mundo atual o mesmo impulso nazista com desejo de extinção.
Vejo o terror levantar-se de sobressalto na impossibilidade da re-significação do instinto de morte, manifestar-se nas guerras, nas gangues, nas torcidas, nos jovens, nos militares em toda gama da sociedade.
Assim como também vejo muitos tentarem arrancar do fluxo da vida, respostas em busca de saídas para a realização da justiça, onde as escolhas deveriam permear o sim, sim e não, não.
A história vai se concretizando no confronto, que faz surgir o novo, seja bom ou mau, fazendo com que os processos naturais sejam engolidos,  ou seja, o agora engole o  passado e avança para o futuro, na ânsia de ser, fazer e acontecer , então o indivíduo vai tornando-se autor da história, que  de tempos em tempos, buscam reformas.
E quando as revoltas insurgem, fazendo o ser buscar de maneira desesperada e maciça a apropriação de algo próprio,  de algo que foi perdido ou tirado em algum lugar do tempo e no espaço, que se apresenta novamente como objeto de disputa numa representação simbólica totalmente diferente.
Resta-me porém como psicanalista perder-me nos meandros do mundo contemporâneo , para pensar em extensão, e viver  os mesmos sentimentos , experimentando as mesmas opressões, levada pelos eventos diários  à indignação, suportando as marcas fragmentárias da violência e agressividade do mundo , para tentar pensar uma cidadania  destruída como forma de reconstrução, pelo amor e pela arte.
Através da Sublimação no riso, na solidariedade, no ceder, na vontade expressa, no viver livremente, na escolha do exercício do amor.

Leila S Ribeiro Uzum

sábado, 13 de fevereiro de 2010

MUSICA E SILÊNCIO



O Silencio me levou à várias reflexões e descobertas, hoje encontrei um texto, que esclarecia algo muito importante, pelo menos pra mim, ele dizia:

" Os primeiros músicos, tentando criar música, e tentavam porque queriam encontrar uma forma de transmitir o silêncio, a beleza, a calma e a suavidade que sentiam na meditação.
Seguiram muitos caminhos, pois a música é um jogo entre o som e o silêncio, embora todas as artes tenham origem na meditação, a musica é que mais se aproxima do silêncio.
Para o músico comum o som é muito importante, para o mestre da música o silêncio é onde tudo se inicia e onde tudo termina.
Pois ele usa o som para criar o silêncio.
Eleva o som até a mais alta nota, depois deixa-o cair de forma tão súbita que se torna imerso em profundo silêncio ."

Pensando assim, descobri que o silêncio vem surgindo do nosso interior, aprendemos  calar a mente, não respondendo aos impulsos de forma imediata, ele vai tomando conta espalhando-se e expandindo para fora do ser.
Assim podemos transmitir o que se chama paz, deixamos de guerrear por dentro e por fora.

Este Texto é dedicado a um amigo chamado Danilo.

A ARTE DO SILÊNCIO





No silêncio há vários encontros,
Vários diálogos,
Vários confrontos.
Há também muito desconforto.
É no silêncio que o olhar
Abre-se para a verdade,
Que se encontra a saudade,
E viaja-se no tempo,
Em direção ao passado
Movido pelo saudosismo.
E para o futuro,
Inspirado pelo inconformismo.
No silêncio encontram-se respostas,
Nas comportas das repressões que se abrem,
E revelam como as histórias foram compostas.
É onde se adora a escuridão.
Da ignorância, para a simples ligação
Ininterrupta consigo mesmo.
No silêncio manifesta-se a solitude
E extingue-se a solidão.
Pois há o verdadeiro encontro com a criação.
No silêncio se percebe as intenções alheias
Que aquece o sangue,
Que corre nas veias de quem percebe,
As articulações, do relacionamento.
No silêncio experimenta-se o que será o após morte.
Se há um continuar, experiências
E sentimentos de momentos,
Que vão se manifestar.
Serão então as lembranças
A bagagem a se carregar.
No silêncio é possível sonhar...
É possível amar...
É possível libertar...
No silêncio pensamentos
Criam imagens e idéias.
Recriam-se os desejos
Surge então a transformação.
No silêncio identifica-se a emoção
Do auto conhecer-se,
No sufrágio da  imaginação.
No silêncio a batida do coração surpreende
Quando a respiração se corrige.
São sensações experimentadas
Na magnitude do nada
Que se abre para uma nova estrada.
Do prestar atenção no mínimo,
Para maximizar o tudo.
Bem longe do cubo,
Que se apresenta como quebra cabeça,
Conectando fragmentos.
No silêncio percebem-se as fraquezas.
Descobre-se as riquezas.
E encontra-se a pedra angular
Da repressão escondida atrás de barreiras
Comportas que se abrem com o dialogar.
 E quando se questiona,
Inicia-se com os porquês?
Mas o que move a pedra do túmulo,
São os “Para quês? Que ressuscitam o que estava morto,
Então se conhece a verdade,
Encontram-se as respostas, e compreendem-se os fatos.
No silêncio podemos ser o que quisermos.
Pois na mente cria-se o sonho
E vive-se o conforto, que no momento
Não é possível ter.
Mas por merecimento imaginar,
O prêmio da realidade receber.
No silêncio realmente é possível ser.

LEILA S RIBEIRO UZUM

sábado, 6 de fevereiro de 2010

IMAGINAÇÃO CRIADORA







Há! A Imaginação, que gorgojeia pela mente criando canções.
E vai pelos dias formatando os sonhos, transpondo as barreiras,
Para a realização.
E alto vislumbra o espaço vazio,
O momento propício,
Na confiança que liberta do vício.
Natural como o sol que nasce,
É chuva que cai, e água que brota da terra,
E expressa a ação da natureza,
Que nunca se esquece de presentear o homem,
Com coloridos mil.
Que traz o anjo realizador,
Abrindo as asas da proteção
Propiciando a criação.
São idéias materializando-se na realidade.
Alcançando seu espaço,
Quando o sonho toma forma e cor,
E na robustez do real
Manifesta a alegria do ter no ser.
Que relaxa, desfruta, inspira e corporifica o que é seu.
O que é intrínseco da alma.
São as águas da emoção que jorram do poço felicidade,
Na leveza do milagre,
No vislumbre da paisagem... Que guia e deságua no lago do amor.
Alimentando Rios... Correndo para o Oceano dos mistérios do mundo.
Refletindo o Espírito no espelho da concreticidade.
São as manifestações do caldeirão da criação,
Que demonstram a ação da mão criadora, em cada momento,
Em que há possibilidade da respiração.
Onde ocorre a explosão de vida, na multiplicação do prazer em fazer.
Na ligação atômica das partículas criativas e invisíveis da vida.
Num banho de luz, num show de imagens, em materiais inusitados de coisas
Que nunca se viram, pois se escondem aos olhos maus.
E se mostram aos corações bons.
É o encontro do tudo e nada, que desperta os sentidos da contemplação,
De quem se apercebe da flor, do aroma e do sabor.
Da vida na pedra, da forma sutil presente no ar.
Da beleza no concreto, da admiração plena na realidade.
Aos olhos daqueles que vêem as maravilhas do viver.

Leila S Ribeiro Uzum