sábado, 13 de fevereiro de 2010

MUSICA E SILÊNCIO



O Silencio me levou à várias reflexões e descobertas, hoje encontrei um texto, que esclarecia algo muito importante, pelo menos pra mim, ele dizia:

" Os primeiros músicos, tentando criar música, e tentavam porque queriam encontrar uma forma de transmitir o silêncio, a beleza, a calma e a suavidade que sentiam na meditação.
Seguiram muitos caminhos, pois a música é um jogo entre o som e o silêncio, embora todas as artes tenham origem na meditação, a musica é que mais se aproxima do silêncio.
Para o músico comum o som é muito importante, para o mestre da música o silêncio é onde tudo se inicia e onde tudo termina.
Pois ele usa o som para criar o silêncio.
Eleva o som até a mais alta nota, depois deixa-o cair de forma tão súbita que se torna imerso em profundo silêncio ."

Pensando assim, descobri que o silêncio vem surgindo do nosso interior, aprendemos  calar a mente, não respondendo aos impulsos de forma imediata, ele vai tomando conta espalhando-se e expandindo para fora do ser.
Assim podemos transmitir o que se chama paz, deixamos de guerrear por dentro e por fora.

Este Texto é dedicado a um amigo chamado Danilo.

A ARTE DO SILÊNCIO





No silêncio há vários encontros,
Vários diálogos,
Vários confrontos.
Há também muito desconforto.
É no silêncio que o olhar
Abre-se para a verdade,
Que se encontra a saudade,
E viaja-se no tempo,
Em direção ao passado
Movido pelo saudosismo.
E para o futuro,
Inspirado pelo inconformismo.
No silêncio encontram-se respostas,
Nas comportas das repressões que se abrem,
E revelam como as histórias foram compostas.
É onde se adora a escuridão.
Da ignorância, para a simples ligação
Ininterrupta consigo mesmo.
No silêncio manifesta-se a solitude
E extingue-se a solidão.
Pois há o verdadeiro encontro com a criação.
No silêncio se percebe as intenções alheias
Que aquece o sangue,
Que corre nas veias de quem percebe,
As articulações, do relacionamento.
No silêncio experimenta-se o que será o após morte.
Se há um continuar, experiências
E sentimentos de momentos,
Que vão se manifestar.
Serão então as lembranças
A bagagem a se carregar.
No silêncio é possível sonhar...
É possível amar...
É possível libertar...
No silêncio pensamentos
Criam imagens e idéias.
Recriam-se os desejos
Surge então a transformação.
No silêncio identifica-se a emoção
Do auto conhecer-se,
No sufrágio da  imaginação.
No silêncio a batida do coração surpreende
Quando a respiração se corrige.
São sensações experimentadas
Na magnitude do nada
Que se abre para uma nova estrada.
Do prestar atenção no mínimo,
Para maximizar o tudo.
Bem longe do cubo,
Que se apresenta como quebra cabeça,
Conectando fragmentos.
No silêncio percebem-se as fraquezas.
Descobre-se as riquezas.
E encontra-se a pedra angular
Da repressão escondida atrás de barreiras
Comportas que se abrem com o dialogar.
 E quando se questiona,
Inicia-se com os porquês?
Mas o que move a pedra do túmulo,
São os “Para quês? Que ressuscitam o que estava morto,
Então se conhece a verdade,
Encontram-se as respostas, e compreendem-se os fatos.
No silêncio podemos ser o que quisermos.
Pois na mente cria-se o sonho
E vive-se o conforto, que no momento
Não é possível ter.
Mas por merecimento imaginar,
O prêmio da realidade receber.
No silêncio realmente é possível ser.

LEILA S RIBEIRO UZUM