A fraqueza é o início da força. A dúvida é a busca da fé. A queda é a causa do levantar-se. A indecisão é a porta da resolução. A ignorância é o primeiro degrau do saber. A curiosidade é o pórtico do aprendizado. A revolta é o motivo da futura resignação. O egoísmo é passo inicial do amor. O orgulho é a ladeira que desce até a humanidade A sensualidade é o aprendizado do amor universal. A noite é a matriz donde nasce o dia. O sofrimento do enfermo é o princípio da esperança da cura. A montanha eleva-se a partir da planície. A virtude nasce de um vício corrigido. A bonança chega após a procela. A primavera promana do inverno. O sol aparece depois da escuridão. O repouso é mais sentido após a estafa. A saciedade é o apaziguamento da fome. O sono é mais reparador quando o dia foi trabalhoso. O silêncio descansa mais depois do barulho. O encontro do ser amado é mais alegre após a saudade da ausência.
Em tudo encontramos a lei dos contrários, fazendo surgir o bom do mau, o claro do escuro, pois em toda subida há uma transição obrigatória.
Nessa transição é que se encontra o segredo da vitória. Se soubermos caminhar com segurança, sem escorregões, teremos atingido em pouco tempo o ponto almejado.
cuidemos, então, para que a rota não se transforme em derrota. Abramos os olhos para que o caminho não se torne precipício. Rumo acima, subindo sempre, sempre avante!
olhemos para a meta, não para o início da caminhada. Se agora estamos no crepúsculo matutino, por que recordar-nos da noite, ao invés de abençoar o dia que surge?
Se a estiagem começa, por que revivermos a tempestade, em vez de aguardar o sol que se pronuncia? Se nos encontramos no meio da encosta, por que chorar pelo Paul, ao invés de sorrir para o pico altaneiro? Se começamos a caminhada na senda virtuosa, iluminada de conhecimento, não olhemos mais para o lodo, nas trevas da ignorância: libertemo-nos e subamos para a Luz, com amor no coração.
O sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as árvores, estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan, a grande águia.
Seu vôo preciso, perfeito, enchia seus olhos de admiração.
Sentia vontade em voar como a águia, mas não sabia como o fazer.
Sentia vontade em ser forte como a águia, mas não conseguia assim ser.
Todavia, não cansava de segui-la por entre as árvores só para vislumbrar tamanha beleza…
Um dia estava a voar por entre a mata a observar o vôo de Yan, e de repente a águia sumiu da sua visão.
Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia desaparecido.
Foi quando levou um enorme susto: deparou de uma forma muito repentina com a grande águia a sua frente.
Tentou conter o seu vôo, mas foi impossível, acabou batendo de frente com o belo pássaro.
Caiu desnorteado no chão e quando voltou a si, pode ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado observando-o.
Sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram arrepiadas e pôs-se em posição de luta.
A águia em sua quietude apenas o olhava calma e mansamente, e com uma expressão séria, perguntou-lhe:
Por que estás a me vigiar, Andala?
Quero ser uma águia como tu, Yan.
Mas, meu vôo é baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não conseguir ultrapassar meus limites.
E como te sentes amigo sem poder desfrutar, usufruir de tudo aquilo que está além do que podes alcançar com tuas pequenas asas?
Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito grande de realizar este sonho… – O pardal suspirou olhando para o chão… E disse: Visite: Mensagens, Papel de Parede, Videos Todos os dias acordo muito cedo para vê-la voar e caçar.
És tão única, tão bela.
Passo o dia a observar-te. E não voas? Ficas o tempo inteiro a me observar? Indagou Yan.
Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como tu voas… Mas as tuas alturas são demasiadas para mim e creio não ter forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e experiência, tu cortas harmoniosamente…
Andala, bem sabes que a natureza de cada um de nós é diferente, e isto não quer dizer que nunca poderás voar como uma águia.
Sê firme em teu propósito e deixa que a águia que vive em ti possa dar rumos diferentes aos teus instintos.
Se abrires apenas uma fresta para que esta águia que está em ti possa te guiar, esta dar-te-á a possibilidade de vires a voar tão alto como eu.
Acredita! – E assim, a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se novamente ao pequeno pássaro que a ouvia atentamente:
Andala, apenas mais uma coisa: Não poderás voar como uma águia, se não treinares incansavelmente por todos os dias.
O treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão para que possas dar realidade aos teus sonhos.
Se não pões em prática a tua vontade, teu sonho sempre será apenas um sonho.
Esta realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar limites, crenças, conhecendo o que deve ser realmente conhecido.
É para aqueles que acreditam serem livres, e quando trazes a liberdade em teu
coração poderás adquirir as formas que desejares, pois já não estarás apegado a nenhuma delas, serás livre!
Um pardal poderá, sempre, transformar-se numa águia, se esta for sua vontade.
Confia em ti e voa, entrega tuas asas aos ventos e aprende o equilíbrio com eles.
Tudo é possível para aqueles que compreenderam que são seres livres, basta apenas acreditar, basta apenas confiar na tua capacidade em aprender e ser feliz com tua escolha!