segunda-feira, 16 de junho de 2014

Amar ou sermos Felizes?



Miguel de Unamo, filósofo, romancista e poeta espanhol; escreveu em seu livro "Do sentimento trágico da Vida"(1913), que toda consciência é a consciência da morte e do sofrimento. Para ele, essas duas percepções são fundamentais para darem significado ao que é ser Humano; e se tentamos nos afastar delas, estamos nos distanciando do que é sermos pessoas de verdade.
Unamo, também dizia que é essencial o reconhecimento da dor para podermos amar, pois apenas quando passamos pelo sofrimento,compreendemos a dor alheia e, somente assim, poderemos amar ao próximo; porque entenderemos realmente o que é viver o que o outro vive.
E isso acarreta uma difícil escolha, Amar ou sermos Felizes? Afinal, para ser feliz não se deve sofrer. A segunda alternativa pode ser a mais fácil, porém nos separa de uma parte de nós mesmos. Martin Heidergger mesmo disse que “Só podemos ter uma vida realmente autentica, quando temos consciência de nossa morte”. Unamano vai mais além, para ele nossa vida realmente tem sentido quando encaramos também a dor, só então, podemos ter uma vida mais profunda e importante.

Fonte: baseado nos textos de "O livro da Filosofia", da GloboLivros

Trabalhando Demais




Passamos a vida toda adiando nossos planos, porque parece que nunca temos tempo. A filosofia de vida atual nos diz que temos que trabalhar o máximo que conseguirmos e conquistar cada vez mais. Afinal “O trabalho engrandece o homem”, certo? Bem, Bertrand Russel, filósofo britânico (1872-1970), discordava completamente dessa ideia. 
Para ele a sociedade tinha uma visão errada de que o trabalho é bom por si só. E para tentar provar essa ideia, Russel definiu o que é trabalho, classificando-o em dois tipos; o trabalho que altera a posição da matéria ou trabalho braçal, e o trabalho que dá ordens aos outros para alterar a matéria, trabalho de supervisão. Sendo que o segundo tipo de trabalho é muito mais valorizado que o primeiro. É o que ele chama de “Hierarquia de Virtude”, em que valorizamos mais o trabalho intelectual do que o braçal e tendemos a remunerar melhor de acordo com essa suposta virtude. E quem não trabalha é carente de virtude.
Só que esta maneira de pensar, criou um sistema tão desequilibrado, que existem pessoas trabalhando horas a fio, porém continuam tão miseráveis quanto se não trabalhassem nada. E quem é detentor do trabalho de supervisão, costuma defender a ideia de labuta árdua e honesta, pois ele se beneficia com a hierarquia de virtudes e trabalha menos. Russel propôs então, que nos fizéssemos a seguinte pergunta “O que contribui para que a nossa vida seja mais plena e satisfatória?”. Segundo ele, não teria como fazer esse questionamento sem responder que deveríamos trabalhar menos.
Para termos uma vida equilibrada, Russel dizia que deveríamos reduzir às horas de trabalho e darmos mais valor a recreação. Ele chegou a propor que trabalhássemos quatro horas por dia, pois assim teríamos mais tempo para dedicar as coisas que são realmente importantes. A sociedade passaria a levar as artes a sério, dedicaria mais tempo à criação de obras de qualidade e estaria mais atenta a necessidade de prazer. Russel acreditava que se isso acontecesse, perderíamos também o gosto pela guerra, devido ao grande trabalho e mão de obra necessária.
É claro que o trabalho também é importante, mas estamos dando quanta importância a ele? Será que realmente seriam necessárias tantas horas de serviço? E as coisas que temos vontade de fazer por diversão? Desde jovens, estudamos porque um dia teremos que trabalhar, depois temos que trabalhar, porque precisamos nos sustentar... Mas essa ordem está correta? Deveríamos estudar porque é prazeroso, o trabalho viria por consequência da descoberta do que nos é mais gratificante e o dinheiro viria em seguida. Então, é certo parar e reavaliar o que estamos fazendo e começar a por nossos planos em prática, afinal só se tem uma vida; logo, temos que vivê-la da melhor maneira que pudermos.